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Os 10 Mandamentos da Cachaça

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Conheça abaixo os mandamentos para se apreciar essa bebida genuinamente nacional que, a cada dia, ganha mais e mais apreciadores pelo mundo.

1º MANDAMENTO
ANALISARÁS BEM O RÓTULO
Verifique o ano, a procedência, a cor, o lacre e a graduação alcoólica. Garrafa deve ser sempre transparente, pois a cor ajuda a identificar, entre outras coisas, as impurezas.

2º MANDAMENTO
NÃO TERÁS PRECONCEITO
Se de qualidade garantida, a cachaça não tem nada de “marvada”. Ter preconceito é totalmente infundado.

3º MANDAMENTO
BEBERÁS SEMPRE EM TEMPERATURA AMBIENTE
A temperatura ambiente é ideal, pois mantém o aroma e o sabor intocados.

4º MANDAMENTO
DARÁS A CADA CACHAÇA SEU FIM MERECIDO
Para a mundialmente conhecida caipirinha, deve-se usar uma cachaça com teor alcoólico alto, pois o gelo dilui a bebida. E sempre branca.
O sabor envelhecido não combina com a caipirinha. O mesmo tipo de cachaça, branca e forte, deve ser usado para culinária, pois o alto teor alcoólico flamba melhor. E, para beber purinha, vale a melhor cachaça, claro, envelhecida em tonéis de madeira e de boa procedência.

5º MANDAMENTO
ESTOCARÁS SEMPRE
Monte a sua adega. Mantenha as garrafas num ambiente escuro, fresco e longe da mesa, para evitar a tentação.

6º MANDAMENTO
CONHECERÁS PARA DEGUSTAR
Um pouco de conhecimento sobre o mercado e a história da cachaça ajuda a não levar gato por lebre. Salinas, por exemplo, é ícone da cachaça nacional, mas algumas marcas desconhecidas embarcam na fama e vendem pinga barata com a rubrica da cidade. Atenção às cachaças indicadas por este ranking. Livros, como o de Erwin Weimann, também ajudam.

7º MANDAMENTO
NUNCA BEBERÁS CACHAÇA SOZINHO
Cachaça é para bebericar com os amigos, é algo social. Quanto mais amigos se tem, mais cachaça na cabeça…

8º MANDAMENTO
COMBINARÁS A BOA CACHAÇA COM A BOA COMIDA
Tudo que é gorduroso vai bem com cachaça. Mas tem de ser branca, nunca envelhecida, porque o sabor da madeira compete com o do alimento. Cachaça envelhecida, só após as refeições, de preferência com um bom charuto.

9º MANDAMENTO
CONQUISTARÁS AMIGOS E MULHERES
Para impressionar, diga que cachaça envelhecida guardada no freezer ganha a viscosidade de um licor, e substitui até um bom brandy.

10º MANDAMENTO
DEGUSTARÁS, MAS NÃO SE TORNARÁS UM CACHACEIRO
As provas de cada cachaça devem ser pequenas. Mesmo. Mas não se cospe depois- seria pedir demais. Tenha sempre água, pão ou bolinho para consumir entre as provas, para limpar a boca

Por Sérgio Arno/Chef e Dono da Universidade da cachaça

Charutos com tequila…

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Um mar de uma imensidão azul e transparência inigualável. O sol de 30ºC pode ser apreciado tanto no seu despertar como no seu descanso. Dependendo do lado em que se está da ilha, o calor é amenizado por uma brisa refrescante que no entardecer de fevereiro carece de uma casimira bem leve para se caminhar ao longo da costa. Palmeiras imperiais se dobram em direções alternadas sobre a vegetação nativa de uma praia quase virgem. À beira mar, um restaurante maravilhosamente decorado com tochas e mesas de madeiras maciças, que serve, como entrada, tacos de peixe, guacamole e molhos especiais – preparados ao lado da mesa -, tudo isso acompanhado por uma marguerita, em um menu de mais de 80 premium Agave tequilas.

México? Não, isto é parte do cenário do Ritz-Carlton em Key Biscayne, Miami. O restaurante é o “Cantina Beach”, um dos quatro ambientes culinários de um hotel “AAA Five Diamond”, onde ADEGA participou de uma harmonização entre pratos típicos mexicanos, tequila e, óbvio, charutos.

Quando se fala em prazer, indiscutivelmente os cinco sentidos estão presentes. Degustar um charuto é a possibilidade de desenvolver o sexto sentido, é poder ir além das expectativas cotidianas. No momento em que se aprecia um puro, o pensamento pode estar em uma envolvente conversa – na maioria das vezes descontraída – ou em um estado de relaxamento profundo. O contexto em que se insere o charuto é chamado de chave-de-ouro, a finalização de um momento merecedor.

A tequila é uma bebida de teor alcoólico bem elevado e isso ajuda bastante na harmonização com charutos. Ela pode preceder, acompanhar ou finalizar uma refeição. Pode, até mesmo, estar nos três estágios. A tequila é uma bebida originária do México, feita através da destilação do sumo de uma planta conhecida como Agave tequilana, também chamada de agave azul ou agave azul de Weber. É produzida em região demarcada pela lei mexicana no Estado de Jalisco, onde se encontra o pequeno povoado de Tequila – que lhe deu o nome e onde se concentram os principais produtores. Fortemente aromática, a bebida apresenta diferentes graus de cor, sabor e aroma e conforme o tempo de envelhecimento pode ser designada por tequila Blanco, Joven, Reposado, Añejo e Extra Añejo – em ordem crescente do tempo de maturação.

Os pratos da degustação foram: Mini Crab Crispy Tacos, mini tacos de patas de caranguejo; Guacamole em Molcajete, guacamole servido em canoas de tortilla amarela; e, por fim, como entrada, Pork Rib Carnitas, costelinhas de leitão com salada de cactus ao molho verde. No prato principal, Cazuela de Mariscos, uma caldeirada de frutos do mar ao molho de tomates frescos e cebolas, suavemente apimentado. Tudo isso regado por tequilas 100% Agave.

Interação tequila-charuto

Iniciamos diretamente na Marguerita de Reposado para acompanhar as entradas, seguindo para uma Añejo pura no prato principal e, como acompanhamento do puro, duas Extra Añejo de diferentes marcas e idades. A primeira com um pouco mais de 15 anos de envelhecimento e a segunda com mais de trinta anos. O charuto selecionado foi o comemorativo e limitado Bolivar – Libertatores (Canhonaço).

A complexidade de aromas e sabores com as tequilas foram inusitados. Este charuto se apresenta com fortes toques amadeirados do início ao fim, aguçados com a tequila Añejo, que não sobrepôs em nenhum instante o puro, apesar de sua doçura e aroma. Ao contrário, ela suavizou as baforadas.

A Extra Añejo, porém, foi a grande anfitriã. Depois do primeiro terço, o charuto ganhou uma alma jamais apreciada. Notas de cedro e flores em seu aroma foram acompanhadas por sabores que variavam de coco queimado a açúcar mascavo. Tudo isso diante do mar, ouvindo uma musica caribenha, e uma brisa marinha, em excelente companhia, faz este “sexto sentido” parecer eterno.

Por Adega

Queijos e vinhos sem erros

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“Que tal um ‘queijos e vinhos’ lá em casa?” Basta a temperatura cair um pouquinho, que a frase parece virar mantra. Em bares, clubes, salões de beleza… Só se fala nisso! É gostoso mesmo calçar botas e vestir o melhor casaco para tomar uma tacinha e comer gordurosos nacos de queijo com os amigos. Mas o que muita gente não sabe é que os dois itens, muitas vezes, não combinam entre si. Para ninguém precisar mudar de programa, o iG Comida dá dicas para você organizar o evento sem cometer pecados gastronômicos nem se tornar um chato.

A primeira regra é relaxar. “É importante lembrar que o motivo do encontro é social, não de harmonização”, diz Mario Telles Jr, vice-presidente da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) de São Paulo. Portanto, nada de encher a mesa com uma taça para cada tipo de vinho. Além de pouco prática, a providência pode intimidar o convidado. “O melhor é usar taças do tipo ISO (International Standards Organization)”, afirma Mario. Esse é o copo coringa no mundo de Baco, pensado para comportar qualquer tipo de vinho. O especialista garante que a quantidade de taças disponível no mercado é muito mais marketing do que propriamente uma necessidade – claro, estamos falando de consumidores comuns e não de experts.

Invista nos vinhos brancos: a acidez da bebida ameniza a gordura dos queijos

Na hora de escolher o que vai à mesa, uma sugestão é optar pela combinação étnica. Em tese, produtos de determinada região têm afinidade natural com bebidas produzidas no mesmo terroir. Antes disso, porém, deve-se levar em consideração o fato de os tintos serem naturalmente perigosos no encontro com queijos. “Os mais fortes, por exemplo, ganham sabor metálico se consumidos com alguns tintos; e os de crosta florida, como brie e camembert, ficam amargos demais”, diz Mario. A saída é escolher rótulos mais leves, de sabor frutado — como um Malbec da região de Mendoza, na Argentina, ou um Merlot –, e caprichar na oferta de brancos, cuja acidez ameniza a gordura dos queijos.

Outra bebida benvinda nesse tipo de programa é o vinho de sobremesa, perfeito para os queijos azuis (roquefort e gorgonzola, por exemplo). Para completar a mesa, abuse dos tradicionais pães, frutas secas, mel, geleias, vinagres.

Harmonização descomplicada

Acertar o cardápio é meio caminho andado para a festinha ser sucesso. Com exclusividade para o iG Comida, a sommèliere Daniela Bravin, do Ici Bistrô, em São Paulo, montou uma hamonização descomplicada de queijos e vinhos, só com itens fáceis de encontrar no mercado. Mas se alguém trouxer de presente a bebida errada, não se aperte. “Se o prazer do cara é dividir aquele vinho com os amigos, por que não servi-lo? “, diz ela. Nada mais deselegante, afinal, do que estragar a brincadeira.

Queijos fortes (roquefort e gorgonzola) com vinhos de sobremesa.

Queijos suaves (chèvre, emmental, gouda) com Chardonnay barricado do Novo Mundo.

Queijos cremosos (brie, camembert) com Riesling da Alsácia ou da Alemanha.

Queijos duros (parmesão, provolone) com Chianti clássico.

Por IG/Bebidas